quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Woody vê o mundo



"Crimes e Pecados é um daqueles filmes que as pessoas veem a primeira vez e, como acontece com os contos de Tchekov, não captam logo tudo o que têm a oferecer. Eu sempre achei que é um filme que mostra como Woody Allen vê o mundo - um lugar onde pessoas como seus vizinhos realmente se envolvem com assassinatos e acabam se safando, e onde bobalhões terminam com belas namoradas."

David Gilmour, em O clube do filme, Intríseca.

Normas arcaicas



"Presenciei aquele universo. Meu avô era parecido. Não tinha o boi, o banguê, o cavalo. Era mais pobre. Agora, a moral dele era aquela. Aquilo é um patrimônio maléfico universal. A intolerância. A inibição do outro. O não reconhecimento da individualidade. Tenho capacidade de expressar isso em palavras. Seu Breves não tinha. Ao mesmo tempo era valor estratificado, era maneira de existir. Se não existissem esses valores no sertão, as pessoas sairiam se matando. Era uma forma deles de se organizar. Normas arcaicas, de colonizadores que vieram com o patrocínio da religião e da missão de quem chegou em um mundo maravilhoso como este. Consequentemente veio o empobrecimento."

José Dumont, em Do cordel às telas, depoimento a Klecius Henrique, Ed. Imprensa Oficial-SP

Palavras universais e sem sentido


"A sátira é uma espécie ameaçada no cinema norte-americano e, quando ocorre, é vaga e vulgar como nos filmes de Mel Brooks. Muito além do jardim, dirigido por Hal Ashby, é uma ave rara e sutil, que encontra seu tom e o mantém. Possui o atrativo de um jogo intelectual engenhoso, onde o herói sobrevive a uma série de desafios sem entende-los, usando palavras ao mesmo tempo universais e sem sentido."

Roger Ebert, em Grande Filmes, Ediouro.